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Esse é o encontro da fé com o fascismo: uma arma na mão, um corpo – preto, LGBT, feminino, diferente – no chão e homens rindo e celebrando sua vitória. Todos uniformizados, levando o nome de Jesus no peito. É justamente para isso que o cristianismo fundamentalista interessa ao desgoverno bolsonarista: eliminar a possibilidade da existência da multiplicidade, do coletivo, da misericórdia, do amor, da justiça e da liberdade. É a aliança que faltava para a consolidação do projeto hegemônico/único/indivisível de sociedade.
Nós que crescemos no ambiente religioso sabemos que o que o fundamentalismo mais teme é a subversão do que eles definiram como “boa, perfeita e agradável vontade de Deus”. Fora de sua moral e seus costumes, tudo é passível de morte – simbólica e física. Excluem, demonizam, gritam “Comunista”, “gayzista”, “abortista”, “anticristo”.
Dizem que não há de se levantar outra bandeira, se não a de Jesus, a bandeira única que elimina e assassina outras vozes, outros contextos, outras histórias, mesmo sendo o próprio Jesus, na tradição bíblica, que trouxe a luz outras possiblidades de ver e viver a fé.
Se essa fosse uma marcha com Jesus, a quem ele iria de encontro?
A aliança cristofascista não é capaz de se conectar com a premissa do evangelho, mas é capaz de violentar em nome do evangelho. Jesus não os serve para a mutualidade, para a divisão e desapego material, para a misericórdia e para o encontro com o diferente. Jesus só os serve para um projeto de poder, opressão e morte. Não se deixem enganar. O cristofascismo veio para matar, roubar e destruir. A marcha para Jesus nada serve a Cristo, mas a tudo serve para Hernandes, Malafaias, Macedos, Bolsonaros…
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